Lideranças e jovens Kayapó participam na segunda-feira (dia 26 de julho), em Novo Progresso, de uma oficina que vai tratar do combate a fake news e formas de buscar informações confiáveis na internet e em redes sociais. O objetivo é oferecer instrumentos para que as pessoas possam lidar, de maneira crítica e responsável, com o que leem, veem, recebem e compartilham online.
A capacitação é uma iniciativa do Instituto Kabu em parceria com o Instituto Palavra Aberta. Será realizada online, adotando todas as medidas necessárias de segurança sanitária por causa da pandemia de COVID-19.
Usando como mote a provocação: “Epa, peraí…O quê?”, o curso pretende instigar os participantes a desconfiarem de informações sem autoria definida e divulgadas em grupos ou redes que acabam espalhando notícias e histórias falsas sobre diversos temas, entre eles a vacinação contra o novo coronavírus, por exemplo.
“A proposta é convidar os participantes a refletirem quando veem ou leem algo estranho e confirmar se aquilo é confiável antes de repassá-lo”, explica Mariana Mandelli, coordenadora de comunicação do Instituto Palavra Aberta.
A oficina acontece na véspera do início da Assembleia Geral Ordinária (AGO) do Instituto Kabu, marcada para os dias 27 a 29 de julho. No período, lideranças de aldeias das Terras Indígenas Baú e Menkragnoti vão se reunir na Câmara Municipal de Novo Progresso (PA) para discutir vários temas.
A AGO – Além de avaliar o que já foi realizado até agora neste ano de 2021, as lideranças também pretendem debater sobre a situação do Plano Básico Ambiental – Componente Indígena (PBA-CI) da rodovia BR-163.
Sem consultar os Kayapó e Panará, povos indígenas afetados pela rodovia, o governo federal realizou o leilão da BR-163, entre Sinop (MT) e Mirituba (PA), no último dia 8 de julho.
O plano detalha os impactos da concessão nas TIs e deve ter como base o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e os diagnósticos de impactos. A legislação determina que os estudos sejam submetidos à consulta dos povos indígenas e à análise técnica de equipe de indigenistas especializados da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Desde o ano passado, o Instituto Kabu vem tentando destravar o Plano Básico Ambiental e apresentou um plano aprovado por todas as 12 aldeias afetadas à Funai e ao DNIT para o período de renovação (2020-2024), mas não houve avanço nas negociações. Sem esse recurso, os projetos de geração de renda para os indígenas e de proteção da floresta estão sendo prejudicados.
O Instituto Kabu foi responsável pela implementação do Plano Básico Ambiental nos dois primeiros ciclos (2010 a 2019) e durante a vigência de um PBA emergencial, entre janeiro e junho de 2021.
Sobre o Palavra Aberta – O instituto é uma entidade sem fins lucrativos que advoga a causa da plena liberdade de ideias, de pensamento e de opiniões. A partir de pesquisas, seminários e campanhas, promove a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e a livre circulação de informação como pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade forte e democrática.
Desde 2019, desenvolve o EducaMídia, programa de educação midiática criado para capacitar professores e organizações de ensino, além de engajar a sociedade no processo de educação midiática dos jovens, desenvolvendo seus potenciais de comunicação nos diversos meios.
Serviço:
Local – sede do Instituto Kabu, em Novo Progresso
Horário – às 14h, oficina para lideranças; às 16h30, para jovens