Mulheres e jovens plantam pomares nas aldeias

Unir conhecimentos ancestrais de agrofloresta e técnicas modernas de manuseio e produção de sementes e mudas é a proposta das oficinas de plantio de mudas que têm acontecido no viveiro do Instituto Kabu, em Novo Progresso.
Mulheres e jovens plantam pomares nas aldeias
26.11

Unir conhecimentos ancestrais de agrofloresta e técnicas modernas de manuseio e produção de sementes e mudas é a proposta das oficinas de plantio de mudas que têm acontecido no viveiro do Instituto Kabu, em Novo Progresso.

Entre 24 e 26 de novembro, seguindo protocolos de higiene e distanciamento para evitar o coronavírus, 34 mulheres e jovens indígenas participaram de uma oficina de plantio de mudas com a Consflor, empresa júnior do curso de Engenharia Floresta do Oeste do Pará (Ufopa).

Com recursos do Fundo Kayapó, o Kabu vem estruturando um projeto de fruticultura no qual as mulheres indígenas, com ajuda dos jovens, vêm plantando árvores frutíferas nos arredores das aldeias, em áreas de antigos roçados, clareiras na beira das estradas e das trilhas e nos próprios quintais, entre as casas e a floresta.

Alguns resultados já foram percebidos pelas comunidades, como o crescimento maior de algumas espécies e a introdução de  plantas de ciclo curto, como o abacaxi. O plantio é feito com a ajuda e sabedoria dos mais velhos, sem uso de adubos ou pesticidas.

O plantio das frutíferas tem como objetivo diversificar a produção de alimentos e garantir a segurança alimentar dos Kayapó. No futuro, a comercialização também será mais uma alternativa de renda.

Os participantes aprenderam técnicas alternativas para aproveitar materiais existentes nas aldeias, conheceram processos de enxerto de plantas e de seleção das espécies, além de informações sobre como escolher o local de instalação dos viveiros.

Os jovens indígenas brigadistas do PrevFogo estão sempre presentes quando as roças são queimadas, para impedir que o fogo se alastre. Nenhum acidente ou incêndio florestal ocorreu em 2020 tendo como causa as queimadas nas roças indígenas das TIs Baú e Menkragnoti.

O Instituto Kabu atua juntamente com a Associação Floresta Protegida e o Instituto Raoni para proteger um território contínuo de 10,5 milhões de hectares de floresta primária na bacia do rio Xingu. No total são 21 aldeias (12 afiliadas ao Kabu).

Outras ações – Além do curso de capacitação de mudas e viveiros, o programa prevê várias ações para fortalecer as cadeias produtivas de alimentação nas Terras Indígenas, como a comercialização de excedentes e o monitoramento da pesca.

Para fortalecer a governança e gestão das aldeias, o programa também prevê a capacitação de mulheres e jovens para que lutem por políticas públicas voltadas às aldeias, visando a melhoria da qualidade de vida dos indígenas.